terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tendências Pedagógicas na Prática Escolar

Na seguinte aula, após as calorosas discussões acerca das novas tecnologias, da era da informação, do “tal” EAD e da escola e, após a construção de “peças” ilustrativas sobre passagens e questionamentos relacionados ao texto de Vani M. Kenski, chegamos ao Tendências Pedagógicas na Prática Escolar e a construção de histórias em quadrinhos representativas (no nosso caso: a Tendência Progressista “crítico-social dos conteúdos”)
Quadrinhos Pedagógicos






Uma tendência que tem como objetivo tornar a escola um lugar de apropriação de "saberes", eliminando a seletividade social e tornando-a democrática. A escola, nesse caso, deve preparar o "educando" para o mundo: para os enfrentamentos existenciais e sociais, ajudando a construir sujeitos críticos, através de conteúdos relacionados à realidade do aluno e de seu entorno, estabelecendo o diálogo essencial entre o local e o global, o que possibilita ao aluno, através da mediação do professor, aceder a outros lugares. Ao professor cabe, dessa maneira, a mediação entre o que o aluno já domina enquanto "conhecimento local" e o que o interlocutor-educador pode abordar e desenvolver "para além dos horizontes" do aluno-interlocutor.


Há outras tendências divididas em dois grupos:


Pedagogia Liberal:
Tradicional;
Renovada Progressista;
Renovada Não-Diretiva;
Tecnicista;


Pedagogia Progressista:


Libertadora;
Libertária;
Crítico-social dos Conteúdos.









A nova lógica do ensino na sociedade da informação?

Na nossa segunda aula de didática discutimos o texto "A nova lógica do ensino na sociedade da informação" de Vani M. Kenski,  mestre e doutora em Educação, licenciada em pedagogia e geografia e, professora do programa de pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo (USP). A autora trouxe para a pauta das discussões do ensino/escola/educação, a questão do papel da tecnologia a serviço (ou não) da escola e da aprendizagem, tendo em vista a transição social e cultural pela qual estamos passando depois da “revolução das novas tecnologias”. O que nos conduz a novos pensamentos e reflexões acerca de como elaborar projetos e planejamentos de aulas, uma vez que, os sujeitos estão imersos em um mundo tecnológico e avançado, não havendo mais espaços para “discursos” massivos e ultrapassados. Dessa forma, o autor escreve que as novas tecnologias e técnicas não devem estar a serviço de metodologias “desgastadas e desgastantes”, é necessário, nesse caso, repensar as estratégias e os interesses dos sujeitos historicamente situados e cognoscentes em interação diária com o professor.
Em seguida, o autor trata das novas relações entre a escola, o professor, os alunos e as formas de ensinar e aprender, os espaços e as configurações temporais alteram-se, a interação passa a ser o foco das discussões, no entanto, a interação acaba, por vezes reduzida à interatividade.
Na sala, apesar de não ser essa a única modalidade possibilitada pela “era da informação”, as discussões centraram-se no Ensino à Distância, algumas questões foram levantadas, tais como a “qualidade” do ensino, a superação de barreiras espaciais e temporais, os novos currículos, a disponibilização de material e de atendimento nos polos e através das redes sociais.
Entretanto, apesar das divergências, é indispensável pensar o EAD hoje, em um mesmo patamar do que foi a (re)democratização do ensino e da escola por volta dos anos 70 e 80 no Brasil, sendo essa mais uma tentativa de construir acessibilidades para os que não dispõem de um ensino enquanto espaço na localidade em que vivem. E, assim, como inúmeras dificuldades e entraves surgiram, juntamente com a (re)democratização, a era da informação trouxe problemáticas quanto ao nível de formação do professor e, em linhas gerais, enquanto “exclusão digital”.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Memórias

Em nossa primeira aula de didática - uma sessão de lembranças de momentos marcantes para pessoas tão diferentes- voltamos a lugares guardados em nossa memória: memórias de infância, memórias escolares, que ajudaram a nos constituir enquanto sujeitos e que ficaram guardadas, certamente, por terem sido "reverberantes". Memórias-lembranças que a gente guarda como segredos, sem se dar conta.E quando paramos, distanciados pra lembrar, percebemos as marcas e, muitas vezes, o peso incutido nelas e, mudamos a leitura que fazemos desses momentos, as proporções são outras, os sentimentos maximizados ou minimizados. Tanto faz, lembramos, mas com outros olhares.


E, pra tentar falar de uma memória, algo de Drummond em palavras:

Memória


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O que se tem a dizer?

"Sentimos muito bem que nossa sabedoria começa onde a do autor termina, e gostaríamos que ele nos desse respostas , quando tudo que ele pode fazer é dar-nos desejos. Esse desejo, ele não pode despertar em nós senão fazendo-nos contemplar a beleza suprema à qual o último esforço de sua arte lhe permitiu chegar. Mas por uma lei singular e, aliás, providencial da ótica dos espíritos (lei que talvez siginifique que não podemos receber a verdade de ninguém e que devemos criá-la nós mesmos), o que é o fim de sua sabedoria não nos aparece senão como o começo da nossa, de sorte que é no momento em que eles nos disseram tudo o que podiam nos dizer que fazem nascer em nós o sentimento de que ainda, nada nos disseram."
(Proust, 1905)

domingo, 5 de setembro de 2010

Didaticar

"Ato constituído por técnicas e métodos que tem por finalidade o ensino/aprendizagem, por meio da necessidade da descoberta, da (re)construção e da crítica, de e através de indivíduos situados em um tempo e em um espaço histórico-social-cultural."

Mais do que construir um espaço de opiniões, ideias e informes, buscamos não só, mas também, através desse "lugar internáutico" ,a troca, o diálogo com o outro, a constituição enquanto sujeito que percebe o local+global.

Bem-vindos a um espaço que pretende "didaticar", inovar, desconstruir e reconstruir ideias, teorias, métodos, conceitos.

“... Que você aprenda a dançar.


Lição de Zaratustra, que dizia que para se aprender a pensar é preciso primeiro aprender a dançar. Quem dança com as idéias descobre que pensar é alegria.
Se pensar lhe dá tristeza é porque você só sabe marchar, como soldados em ordem unida.
Saltar sobre o vazio, pular de pico em pico.
não ter medo da queda.
Foi assim que se fez a ciência e se construiu a história: não pela prudência dos que marcham, mas pela ousadia dos que buscam.
Todo construir começa com o dançar de idéias”.

Friedrich Nietzsche