terça-feira, 16 de novembro de 2010

Repensando a avaliação da aprendizagem


O ato de avaliar está presente em todos os momentos da vida humana; emitimos conceitos e pré-conceitos, nos momentos de reflexão e tomada de decisão. A avaliação do bom profissional depende de vários critérios específicos que transcendem o próprio julgamento da pessoa envolvida. Quando falamos de avaliação profissional ou de aprendizagem, neste caso, o mais complicado para o avaliado, é que muitas vezes não se torna claro quais são os critérios utilizados, qual o objetivo que deve ser alcançado, assim não há defesa de suas reais intenções que são julgadas por critérios desconhecidos quando este é avaliado.

Se tomarmos com exemplo o professor que tem como competência avaliar diversos alunos, concluímos que é uma grande responsabilidade, porque o seu parecer reflete diretamente na vida de cada educando que é avaliado, tanto os pontos positivos, mas principalmente os pontos negativos. Se o professor levar em consideração apenas as suas expectativas, e não levar em conta o esforço  e perspectiva do aluno, este pode se sentir ou ser prejudicado, pois a avaliação que é feita não se torna clara sob a ótica do aluno, é clara apenas para o professor.

Portanto para uma boa avaliação é preciso conhecer, investigar constantemente. Avaliar o outro é também avaliar-se e aprender a se questionar da mesma maneira daquele que é avaliado. É saber modificar seus métodos sempre que necessário, se adequando às diferentes realidades.

Em sala de aula, alunos e professores se avaliam o tempo todo, cada atividade pedagógica, cada interação sugere um tipo de investigação, avaliação e são esses atos avaliativos que condicionam as tomadas de decisão, e a definição de que tarefas e atividades devem ser realizadas levando o docente ao seu objetivo que é a aprendizagem do aluno. Assim o professor avalia sobre a aprendizagem do aluno permanentemente, sobre as finalidades e objetivos do que vem sendo trabalhado, experimentando e vivenciando contribuindo para a superação e desafios do processo ensino-aprendizagem.

O processo de avaliação articula-se ao projeto pedagógico da escola e aos objetivos educacionais da instituição de ensino. Como hoje temos muitas possibilidades educacionais para a escola, existe a necessidade de reformulação e atualização permanente dos currículos, para definir os objetivos que funcionarão como guias do processo ensino/aprendizagem, do processo avaliativo.

Durante o processo avaliativo o professor deve se questionar o tempo inteiro sobre os objetivos do trabalho que está realizando com seus alunos. Se estes objetivos estão de acordo com as diretrizes do projeto pedagógico e com as expectativas e interesses do aluno em um mundo que vive em transformação.

O processo de avaliação é parte integrante do processo ensino/aprendizagem, é ele que auxilia o professor na tomada de decisão, ou seja, cada atividade que é pensada e refletida com um objetivo, é definida por meio do processo avaliativo. É nas relações cotidianas estabelecidas entre professores e alunos que vai se dar a aprendizagem. Assim professores e alunos devem participar de todo os procedimentos, não apenas o professor como avaliador, mas também o próprio aluno deve participar do processo avaliativo, sendo ele também um avaliador dos seus desempenhos, um avaliador do próprio processo. A avaliação só possui um sentido, quando pensada para auxiliar no alcance dos objetivos do processo ensino/aprendizagem, quando ela está interligada ao fato de ajudar para que as pessoas aprendam mais, para que se tornem pessoas "melhores", "completas".









Projetos educacionais

“Projeto educacional é um empreendimento de duração finita, com objetivos claramente definidos em função de problemas, oportunidades, necessidades, transformações, desafios ou interesse de um sistema educacional, de um educador ou grupo de educadores, com a finalidade de planejar, coordenar e executar ações voltadas para melhoria de processos educativos e de formação humana, em seus diferentes níveis e contextos”. Qualquer instituição pode desenvolver projetos educacionais, eles não se restringem apenas a escola, basta ter como objetivo ações educativas de formação e desenvolvimento humano e social.
Os projetos tendem a criar novos padrões, modificar realidades existentes, não possuem certeza nem controle sobre os resultados que serão obtidos, se tornando imprevisível possui duração definida . Existem os projetos de intervenção, que promovem a intervenção em um determinada estrutura organizacional, por exemplo; projeto de pesquisa cujo principal objetivo é aquisição de conhecimento sobre um determinado problema; projetos de desenvolvimento, finalidade de inovação e implantação de novas atividades, serviços ex: produção de um novo material didático; projeto de ensino se dispõe a melhorar o processo ensino aprendizagem e costuma ocorrer dentro de uma ou mais disciplinas (executado pelo professor); projetos de trabalho são executados por alunos com a orientação de um professor, objetivando que aqueles venham a adquirir conhecimento e desenvolver competências e habilidades especificas, dependendo do projeto proposto.
Deve ficar claro que um projeto pode abranger atividades básicas de outro tipo de projeto, eles são classificados pela sua atividade central. Cada projeto possui uma metodologia específica, nem todos possuem resultados visíveis, por isso é importante planejar, acompanhar e avaliar os projetos educacionais, pois oferecem muitas melhorias no meio em que vivemos.


domingo, 10 de outubro de 2010

Gramática na escola??

A arte de dominar e de fazer com a linguagem o que vier na mente, o que der vontade. Paulo Leminski é um desses caras que dá gosto de ler:

O assassino era o escriba 
 
Meu professor de análise sintática era o tipo do sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,
regular como um paradigma da 1ª conjunção.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,
ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito
assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com uma regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo indefinido na sua bagagem.
A interjeição do bigode declinava partículas expletivas,
conectivos e agentes da passiva o tempo todo.
Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

Paulo Leminski 


sábado, 9 de outubro de 2010

Verissimo. Uma boa forma de começar!

Compartilhando a crônica: O gigolô das palavras de Luís Fernando Veríssimo. Vale a leitura.

O gigolô das palavras 



Luís Fernando Veríssimo

Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa ("Culpa da revisão! Culpa da revisão !"). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover... Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Práticas Educativas

O texto em questão faz saber que o objetivo de qualquer bom profissional consiste em buscar sempre possibilidades de melhorar, de se tornar cada vez mais competente em suas funções de trabalho. Com um professor isso não funciona de forma diferente. Sabemos das limitações encontradas na prática educacional, e por este motivo há uma busca incessante por subsídios para melhorá-la. Não basta apenas se ancorar no conhecimento e na experiência, o professor tem que dispor e utilizar de referências que ajudem a interpretar o que acontece em sala de aula. A atitude profissional deve ser baseada no pensamento prático, com uma capacidade reflexiva, deve-se refletir a prática, o que se faz em sala de aula deve ser planejado, refletido. Não existem fórmulas prontas, sabemos dos diversos problemas encontrados, mas precisamos encontrar soluções.

AS VARIÁVEIS QUE CONFIGURAM A PRÁTICA EDUCATIVA

O que acontece na sala de aula só pode ser examinado na própria interação de todos os elementos que nela são encontrados. A intervenção pedagógica tem um antes e um depois, sendo assim o planejamento e a avaliação são partes integrais do processo que constitui o exercício educativo,partindo do preceito da prática educativa como um processo, temos então as partes constituintes: o planejamento, a aplicação e a avaliação. Assim a unidade de análise que delimita este processo é chamada de seqüências de atividades ou seqüências didáticas, na verdade ela detém o processo de forma global.

AS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS E AS DEMAIS VARIEDADES METODOLÓGICAS

A ordenação articulada das atividades é o elemento diferenciador. As sequências didáticas dizem respeito a atividades ordenadas, estruturadas e articuladas que possuem objetivos educacionais, com um princípio e um fim que devem ser conhecidos tanto pelo professor como pelo aluno. Não é apenas expor conteúdo, e desempenhar atividades sem uma finalidade. Se o aluno tem que aprender a aprender, os professores tem que desenvolver técnicas que incentivem o aluno a ampliar essa capacidade. Para tal fim, surge um modelo teórico que nos leva a refletir sobre a prática:

Ø      A sequência de atividade ou sequência didática: diz respeito à maneira de articular diferentes atividades com um propósito dentro do meio didático. Indica a finalidade de casa atividade desenvolvida.
Ø      O papel dos professores e dos alunos: criação de um clima de convivência que esteja de acordo com as necessidades de aprendizagem.
Ø      Organização social da aula: a forma de estruturar os diferentes alunos e a dinâmica grupal, ou seja, onde os grandes grupos ou os grupos fixos e variáveis permitam e contribuam com o trabalho coletivo e pessoal.
Ø      Utilização dos espaços e do tempo: a concretização das diferentes formas de ensinar no espaço do ensino.
Ø      Organização dos conteúdos: Diz respeito à relação e a forma de veicular os diferentes conteúdos de aprendizagem que formam as unidades didáticas, de acordo com as possibilidades de ensino/aprendiazem.
Ø      Materiais curriculares: o papel e a importância que possuem nas diferentes formas de intervenção, os instrumentos para a comunicação da informação, para a ajuda nas exposições, enfim...
Ø      O sentido e o papel da avaliação: entendida tanto no sentido restrito de controle de resultados, como no sentido de uma concepção global do processo de ensino/aprendizagem, o processo de ensino constitui se torna uma avaliação. A avaliação sempre incide sobre as aprendizagens.

O texto nos expõe alguns moldes sobre como funciona, ou como deve funcionar a prática educativa. São exposições que servem para reflexão, afinal qual é a finalidade de ensinar? Quais são nossas intenções educacionais enquanto docentes?
Não existem fórmulas prontas, por isso a reflexão se torna importante, porque cada aluno é único, cada organização de espaço escolar é única, o processo da prática educativa deve ser pensado em cada situação de ensino encontrada. Os aportes teóricos se tornam importantes, assim como modelos teóricos de reflexão da prática, uma vez que ajudam a interpretar o que acontece em sala de aula, possibilitando a descoberta de como melhorar e como revigorar o ensino.


Pilares da Educação

Enfim, depois de pensar as atitudes dos queridos já não tão amados "mestres", passamos a refletir sobre os tão sonhados "pilares da educação", os pilares do conhecimento e da aprendizagem que ficam a cargo da escola e do professor (sim, aquele mesmo já não tão valorizado e um tanto despreparado para o "novo mundo") A educação, segundo Jacques Delors, "deve transmitir, de fato, de forma maciça e eficaz, cada vez mais saberes e saber-fazer evolutivos, adaptados à civilização cognitiva, pois são as bases das competências do futuro." à educação cabe a preparação do sujeito para o mundo. Mas então, quais são esses tão miraculosos pilares?

Os Quatro Pilares:
1º Aprender a conhecer;
2º Aprender a fazer;
3º Aprender a viver juntos;
4º Aprender a ser.

Vamos pensar um pouco em cada pilar desse conforme os dizeres do autor:

Aprender a conhecer: o indivíduo precisa ser capaz de dominar os instrumentos do conhecimento, que é meio e finalidade da vida humana, precisa dominar uma cultura geral e desenvolver habilidades em diversas áreas para que seja bem sucedido profissional e pessoalmente. O sujeito tem a necessida de aprender a aprender, desenvolver a memória, a atenção e as reflexões críticas para o enfrentamento com o mundo e com a sociedade que o constrói socialmente.

Aprender a fazer: esse pilar está ligado à formação profissional e à prática dos conhecimentos conquistados durante toda a vida. O sujeito deve estar preparado para desenvolver seus conhecimentos de forma crítica e inovadora, sendo um "multifunção" bem qualificado, o que implica ter inciativa, comunicar-se bem, ter raciocínio lógico e eficaz, ser capaz de trabalhar em equipe e resolver conflitos.

Aprender a viver juntos: o grande desafio da educação, uma vez que o individualismo está cada vez mais em foco na sociedade. A educação tem, portanto, um papel de auxiliar o sujeito a perceber o outro e a conviver e entender as diferenças. O que de fato ando bem complicado...

Aprender a ser: "a educação deve contribuir para o desenvolvimento total da pessoa: espírito e corpo, inteligência e sensibilidade, sentido estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade (?)". A educação deve auxiliar nesse "tornar-se cidadão"

Dá o que pensar...

Novas Atitudes Docentes (?)

Profissão Professor? Ainda é moda isso? Não sei, mas que a educação é base fundamental para uma sociedade "desenvolvida" e consciente de seus direitos e deveres, isso eu sei, ou pelo menos acho que sei. Tudo muda tão rápido nesse mundo mundo pós-moderno (?), capitalista e tecnologicamente avançado (sim, a tecnologia é inerente a esse "novo mundo", não há como desconsiderar). Mas a questão desse post, não é necessariamente essa, tendo em vista a temática do texto: " Profissão Professor ou Adeus Professor, Adeus Professora?- Exigências  educacionais contemporâneas e novas atitudes DOCENTES" do professor José Carlos Libâneo, doutor em Filosofia e História da Educação pela PUC de S. Paulo. O professor Dr Libâneo discute em seu texto as questões  da profissão, da escolarização, da escola ressignificada e das "novas" atitudes esperadas dos professores e necessárias para o frenesi desse novo e tecnológico mundo.

As Novas Atitudes:

1. Assumir o ensino como mediação: aprendizagem ativa do aluno com a ajuda pedagógica do professor;

2.Modificar a ideia de uma escola e de uma prática pluridisciplinares para uma escola e uma prática interdisciplinar;

3. Assumir o trabalho de sala de aula como um processo comunicacional e desenvolver capacidade comunicativa;

4.  Persistir no empenho de auxiliar os alunos a buscarem uma perspectiva crítica dos conteúdos, a se habituarem a apreender as enfocadas nos conteúdos escolares crítico-reflexiva.
5.    Assumir o trabalho de sala de aula como um processo comunicacional e desenvolver capacidade comunicativa.
6. Reconhecer o impacto das novas tecnologias da comunicação e informação na sala de aula (televisão, vídeo, games, computador, internet, CD-ROM etc.).
7.    Atender à diversidade cultural e respeitar as diferenças no contexto da escola e da sala de aula. 
8.    Investir na atualização científica, técnica e cultural, como ingredientes do processo de formação continuada.
9.    Integrar no exercício da docência a dimensão afetiva.
10.    Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores e atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas, a si próprios.
Por fim, pensando no que foi feito em aula, devíamos construir enunciados que completassem a frase: O professor deve ser capaz de...
 E a partir da cada atitude, dizer do que o professor deve ser capaz. No nosso caso "o professor deve ser capaz de articular a realidade local com uma noção mais globalizante dos conhecimentos, tendo em vista a construção coletiva dos saberes através da interação entre as diversas áreas-interdisciplinaridade, superando a fragmentação dos conteúdos e do próprio indivíduo enquanto ser social historicamente situado."
 Enfim, para um novo mundo, uma escola revista e professores "antenados", dialógicos e hibridizantes.







terça-feira, 28 de setembro de 2010

Tendências Pedagógicas na Prática Escolar

Na seguinte aula, após as calorosas discussões acerca das novas tecnologias, da era da informação, do “tal” EAD e da escola e, após a construção de “peças” ilustrativas sobre passagens e questionamentos relacionados ao texto de Vani M. Kenski, chegamos ao Tendências Pedagógicas na Prática Escolar e a construção de histórias em quadrinhos representativas (no nosso caso: a Tendência Progressista “crítico-social dos conteúdos”)
Quadrinhos Pedagógicos






Uma tendência que tem como objetivo tornar a escola um lugar de apropriação de "saberes", eliminando a seletividade social e tornando-a democrática. A escola, nesse caso, deve preparar o "educando" para o mundo: para os enfrentamentos existenciais e sociais, ajudando a construir sujeitos críticos, através de conteúdos relacionados à realidade do aluno e de seu entorno, estabelecendo o diálogo essencial entre o local e o global, o que possibilita ao aluno, através da mediação do professor, aceder a outros lugares. Ao professor cabe, dessa maneira, a mediação entre o que o aluno já domina enquanto "conhecimento local" e o que o interlocutor-educador pode abordar e desenvolver "para além dos horizontes" do aluno-interlocutor.


Há outras tendências divididas em dois grupos:


Pedagogia Liberal:
Tradicional;
Renovada Progressista;
Renovada Não-Diretiva;
Tecnicista;


Pedagogia Progressista:


Libertadora;
Libertária;
Crítico-social dos Conteúdos.









A nova lógica do ensino na sociedade da informação?

Na nossa segunda aula de didática discutimos o texto "A nova lógica do ensino na sociedade da informação" de Vani M. Kenski,  mestre e doutora em Educação, licenciada em pedagogia e geografia e, professora do programa de pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo (USP). A autora trouxe para a pauta das discussões do ensino/escola/educação, a questão do papel da tecnologia a serviço (ou não) da escola e da aprendizagem, tendo em vista a transição social e cultural pela qual estamos passando depois da “revolução das novas tecnologias”. O que nos conduz a novos pensamentos e reflexões acerca de como elaborar projetos e planejamentos de aulas, uma vez que, os sujeitos estão imersos em um mundo tecnológico e avançado, não havendo mais espaços para “discursos” massivos e ultrapassados. Dessa forma, o autor escreve que as novas tecnologias e técnicas não devem estar a serviço de metodologias “desgastadas e desgastantes”, é necessário, nesse caso, repensar as estratégias e os interesses dos sujeitos historicamente situados e cognoscentes em interação diária com o professor.
Em seguida, o autor trata das novas relações entre a escola, o professor, os alunos e as formas de ensinar e aprender, os espaços e as configurações temporais alteram-se, a interação passa a ser o foco das discussões, no entanto, a interação acaba, por vezes reduzida à interatividade.
Na sala, apesar de não ser essa a única modalidade possibilitada pela “era da informação”, as discussões centraram-se no Ensino à Distância, algumas questões foram levantadas, tais como a “qualidade” do ensino, a superação de barreiras espaciais e temporais, os novos currículos, a disponibilização de material e de atendimento nos polos e através das redes sociais.
Entretanto, apesar das divergências, é indispensável pensar o EAD hoje, em um mesmo patamar do que foi a (re)democratização do ensino e da escola por volta dos anos 70 e 80 no Brasil, sendo essa mais uma tentativa de construir acessibilidades para os que não dispõem de um ensino enquanto espaço na localidade em que vivem. E, assim, como inúmeras dificuldades e entraves surgiram, juntamente com a (re)democratização, a era da informação trouxe problemáticas quanto ao nível de formação do professor e, em linhas gerais, enquanto “exclusão digital”.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Memórias

Em nossa primeira aula de didática - uma sessão de lembranças de momentos marcantes para pessoas tão diferentes- voltamos a lugares guardados em nossa memória: memórias de infância, memórias escolares, que ajudaram a nos constituir enquanto sujeitos e que ficaram guardadas, certamente, por terem sido "reverberantes". Memórias-lembranças que a gente guarda como segredos, sem se dar conta.E quando paramos, distanciados pra lembrar, percebemos as marcas e, muitas vezes, o peso incutido nelas e, mudamos a leitura que fazemos desses momentos, as proporções são outras, os sentimentos maximizados ou minimizados. Tanto faz, lembramos, mas com outros olhares.


E, pra tentar falar de uma memória, algo de Drummond em palavras:

Memória


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O que se tem a dizer?

"Sentimos muito bem que nossa sabedoria começa onde a do autor termina, e gostaríamos que ele nos desse respostas , quando tudo que ele pode fazer é dar-nos desejos. Esse desejo, ele não pode despertar em nós senão fazendo-nos contemplar a beleza suprema à qual o último esforço de sua arte lhe permitiu chegar. Mas por uma lei singular e, aliás, providencial da ótica dos espíritos (lei que talvez siginifique que não podemos receber a verdade de ninguém e que devemos criá-la nós mesmos), o que é o fim de sua sabedoria não nos aparece senão como o começo da nossa, de sorte que é no momento em que eles nos disseram tudo o que podiam nos dizer que fazem nascer em nós o sentimento de que ainda, nada nos disseram."
(Proust, 1905)

domingo, 5 de setembro de 2010

Didaticar

"Ato constituído por técnicas e métodos que tem por finalidade o ensino/aprendizagem, por meio da necessidade da descoberta, da (re)construção e da crítica, de e através de indivíduos situados em um tempo e em um espaço histórico-social-cultural."

Mais do que construir um espaço de opiniões, ideias e informes, buscamos não só, mas também, através desse "lugar internáutico" ,a troca, o diálogo com o outro, a constituição enquanto sujeito que percebe o local+global.

Bem-vindos a um espaço que pretende "didaticar", inovar, desconstruir e reconstruir ideias, teorias, métodos, conceitos.

“... Que você aprenda a dançar.


Lição de Zaratustra, que dizia que para se aprender a pensar é preciso primeiro aprender a dançar. Quem dança com as idéias descobre que pensar é alegria.
Se pensar lhe dá tristeza é porque você só sabe marchar, como soldados em ordem unida.
Saltar sobre o vazio, pular de pico em pico.
não ter medo da queda.
Foi assim que se fez a ciência e se construiu a história: não pela prudência dos que marcham, mas pela ousadia dos que buscam.
Todo construir começa com o dançar de idéias”.

Friedrich Nietzsche